segunda-feira, 19 de novembro de 2007

no silencio fizemos memorias

ouve-me. ja nao me escutas? talvez seja eu que ja nao saiba falar contigo... talvez seja eu que nao tenha ja mais palavras para te contar quando estamos so as duas. mas conto te uma ultima coisa. disseram me que o silencio é o tesouro de quem partilha um sentimento, de quem ama. descobri que e verdade. o nosso silencio é o que de mais precioso guardo. deixei de precisar falar para tu me entenderes; deixei de inventar desculpas para não me veres fragil e no nosso silencio fizemos memorias.

respiro te, sinto te, guardo te, preservo te para nunca deixares de ser igual. mas nao te guardo longe de mim; guardo te em mim; escondo te em mim porque é em mim que pertences e que te partilho, relembro. podia te pedir para fazeres um esforço mas nao preciso porque vives em mim e eu em ti.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

o que de mais bonito fizemos

«A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.»

e hoje acrescento:
«Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.»

ainda se lembram?! nunca me esqueci... nem das palavras no verso...

mt de mim...
mais de mim....
tudo em mim...

domingo, 11 de novembro de 2007

soube bem:P

e hoje tiramos a tarde toda para estarmos as duas como ja nao faziamos... e soube bem, tao bem.

soube bem passear contigo e perdermo-nos em conversas sobre isto e aquilo, sobre o mundo dos outros e o nosso (o meu e o teu, o nosso), sobre os projectos para um futuro meu que ja espreita ali no canto...
soube bem ouvir te dizer que «tive a pensar sobre o que podes fazer». soube bem a tristeza enquanto te contava o que sonho fazer e que nos podera afastar. soube bem ouvir te dizer que sabes que tudo ira correr bem. soube bem rir. soube bem saber que por muitas tempestades es o porto seguro. soube bem saber que ainda nos compreendemos.

porque sabe sempre bem estarmos com a nossa mae:P

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

finitude

e de repente tudo nos sabe a fim e experienciamos a finitude que se entranha...

sao 23h40... 4 horas depois de ter chegado...

debruco me, escrevo, publico...

sábado, 3 de novembro de 2007

tao pouco

quando cheguei trazia comigo a imagem que a imaginação juntou mas nao sabia muito o que esperar. no entanto tinha a certeza de que irira gostar, gostar muito. e apaixonei me pelos recantos perdidos do mundo, pelas pessoas, por aquilo que seria meu num tempo que senti eterno.a meio cansei me, fartei me e pedi num sussurro que passasse a voar. e hoje percebo que voou sim mas nao porque o meu pedido chegou mas sim porque foi bom demais, ainda o é. desde os pequenos gestos até aqueles que ecoam a uma so voz. e num sabado como este, com a musica a tocar em mim, penso «e depois?»... como sera e onde estarei num tempo que se quer eterno mas que e empurrado pelo que ja espera ao virar da esquina... quem irei ver e que outros sitios irei saborear pela mao de alguem... ja falta pouco mas ainda me lembro quando ainda faltava tanto que nem conseguia vislumbrar...

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

caramel

ha dias em que apetece algo doce, algo colorido. coisas que adocem o olhar e que derretam o paladar. hoje apetece me uma dessas coisas... algo que me faca pensar que as pequenas coisas as vezes chegam para pintar o tamanho gigante dos dias que escorrem de vagar. hoje apeteceu me algo que nao fosse cinzento, nem preto, nem branco. qualquer coisa que chocasse com o tempo que vai ficando cada vez mais frio e que gritasse com os tons neutros que me tomam como uma redoma bem pequenina e sofocante.

mas nem sempre as coisas espelham o que queremos baixinho.. vesti me de castanho e tomei cafe... pode ser que amanha amanheca de maneira diferente...